Boas-vindas e Historial




Nos anos 98 e 99 do século passado desenhou-se em Braga um movimento cultural que ficou conhecido como Fora d’Horas. A princípio tratava-se de reuniões de agitação cultural que se realizavam periodicamente na Escola Secundária Alberto Sampaio. Uns meses depois, este movimento alargou o seu âmbito de preocupação e de produção. Aparece então o projecto Ionesco. O grupo Fora d’Horas, em coprodução com a Companhia de Teatro de Braga, leva à cena A Lição e A Cantora Careca, de Ionesco. É justo destacar a tradução dos originais de Ionesco levada a cabo por Helena Barros e a colaboração de outros professores da escola, nomeadamente Amadeu Santos, Corina Braga e Domingos Barbosa.


Após esta experiência e no encerramento do ciclo Ionesco, um grupo de cidadãos que tinha convivido em volta das realizações culturais e espectáculos Fora d’Horas, decidiu criar o PIF’H. Procedeu-se de imediato ao registo da nova associação e aos preparativos para a sua apresentação ao público.


Convém salientar que, desde a sua fundação, o PIF’H não viu alterar-se a matriz sociológica: Grupo aberto à sociedade, regulado pelas normas éticas e formais da democracia, dedicado antes de mais à criação e à investigação do teatro.


Mas A Banda, como às vezes dizemos, caracteriza-se também por integrar em quase todos os seus trabalhos actores de idades e origens sócio-profissionais diversas. Enquanto PIF’H a nossa cidadania faz-se através do teatro. Assim tem sido desde os inícios.


No ano 2000 estreámos o primeiro espectáculo na Fábrica Confiança: Talvez de Amor vos fale ou de Morte (autores diversos sobre o amor, a morte e também sobre Mariana Alcoforado). Até hoje, como é normal acontecer a um grupo que ensaia regularmente duas vezes por semana, entre princípios de Outubro e princípios de Julho, realizámos espectáculos, performances, organizámos eventos e recitais, fizemos também formação. Lembramos O Nosso Caso, a partir de José Régio, O Auto de uma Visitação, de Gil Vicente, Portugaaal por nós imaginado por textos e canções, O Homem que perdeu a Sombra – lembrança de Sebastião Alba na escrita de Vergílio Alberto Vieira, A Ida ao Teatro, de Carl Valentin, O caso da pinga d’água, de Pedro Quintas e mais recentemente De Facto., espectáculo criado a partir de textos da revista Defacto, da Escola Secundária de Alberto Sampaio.


Pudéssemos nós dizer, em boa verdade, em que consiste o teatro que vimos fazendo… Mas longe de nós a pretensão de nos substituirmos ao parecer e honrado julgamento que de nós fazem o público, os amigos, a família e às vezes aquele que escreve o seu aplauso letrado no espaço de uma crónica semanal.


O PIF’H foram as muitas dezenas de actores que participaram nos espectáculos e são os que, agora, se preparam para estrear Brain Storm, de Polly Toynbee. Confessamos a toda a gente e em primeiro lugar ao público que fazer teatro nos dá imenso prazer; mas a preparação, os ensaios, a investigação, vivem do mesmo prazer.


Também não nos compete revelar os segredos da arte, pois a arte é sempre o que não se guarda e por isso se perde na mãe do silêncio que é este mundo e esta humanidade. Mas sabemos que a palavra mora num longe em que andamos e numa aproximação que fazemos sempre que nos reunimos. Fazer acontecer a maravilha! Mas esse, afinal é o segredo que toda a gente reconhece ou não no Acto.


Pel’O PIF’H: José Miguel Braga – Secretário.

Braga, 20 de Fevereiro de 2006
Nota: Fazemos Esconxuros & Queimadas por encomenda.


Publicada porPIF´H  

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